A produção e compartilhamento de conteúdo online é uma das ferramentas de aprendizado mais efetiva do momento. E num mundo que cada vez se aprimora mais nisso, detalhes são cada vez mais essenciais para o sucesso de uma peça audiovisual.
Dá para dizer que produzir e compartilhar conteúdo audiovisual é uma habilidade que será muito mais comum e trivial do que já é hoje em dia. Numa análise histórica, a fotografia nos mostra isso: o que antes tomou séculos de invenções e pesquisas, hoje cabe no bolso de qualquer pessoa, e com capacidades de produção inacreditáveis.
Fazer vídeos parece seguir um caminho muito próximo: o desenvolvimento de aplicativos móveis de edição de vídeos como o Adobe Premiere Rush, além da popularização de softwares como o Blackmagic Resolve são a prova de que essa é uma tendência crescente pela produção democrática de conteúdo por qualquer pessoa que tiver um pouco mais de interesse no mercado audiovisual.
Muita gente que entra nesse mercado encontra motivação no compartilhamento de conteúdo em si, seja para ensinar como fazer receitas simples de um bolo ou para dar dicas de artesanato, tudo isso feito com imagens simples e com enquadramentos bastante típicos. Nas principais plataformas de divulgação de conteúdo digital hoje em dia há uma demanda crescente por conteúdo que ensine algo.
A grande questão é que muito desse conteúdo ainda é feito por filmmakers que trabalham por conta, fazendo todas as etapas do processo criativo sozinhos: da pré-produção à pós, uma só pessoa cuida de todos os aspectos necessários para que aquela peça possa ser produzida, muitas vezes, produzindo o próprio equipamento de gravação — ou no melhor dos casos, ensinando a fazer um.
E boa parte desse material feito de maneira “autônoma” são justamente vídeos de “faça você mesmo”, o famoso DIY, do inglês Do It Yourself.
Uma das principais vantagens é o custo de produção que é relativamente baixo, uma vez que esse tipo de vídeo pode ser feito com o auxílio de smartphones e microfones simples, e nem por isso eles tem um desempenho que deixa a desejar em termos de engajamento — seja o seu conteúdo um vídeo de como fazer slime ou como investir em bitcoins.
Por isso a gente separou quatro dicas para quem trabalha com DIY e tem a famosa “equipe de uma só pessoa”, para que esse conteúdo crie destaque e que ele possa crescer em qualidade e te ajudar a crescer com seu projeto audiovisual.
1) Configurações de duração e velocidade do vídeo
O Time remapping é algo bem comum dentro de vídeo DIY. Esse recurso permite que você trabalhe com a velocidade de exibição do seu vídeo aumentando ou reduzindo sua velocidade — a gente já citou isso quando falamos de Speed Ramp.
Com a configuração e duração e velocidade do vídeo, quem produz DIY pode pular aquelas partes em que o trabalho manual está sendo feito de maneira mais rápida — acelerando a cena.
Então, por exemplo, a parte de misturar os ingredientes para um bolo ficam muito mais rápidas e não precisam ser cortadas — ou não precisam que cada passo da receita já tenha sido feita, como se fazia em programas de TV.
2. Grave pensando na edição e gerenciamento do conteúdo
Quando o assunto é DIY, muitas vezes você acaba com muito material gravado que não vai ser utilizado e que acaba ocupando espaço, além de atrapalhar seu workflow. Então como lidar esse tipo de conteúdo e fazer com que tudo que precisa ser editado e trabalhado esteja no lugar correto.
O segredo para esse tipo de problema é um pouco de planejamento e organização.
Produzir vídeo de DIY faz com que você tenha de decidir entre mostrar somente os passos um tanto quanto prontos ou todo o processo de produção do vídeo.
Existe uma relação que deve ser muito bem pensada antes da gravação entre mostrar o processo inteiro, que pode conter detalhes ou eventuais falhas que são importantes para se chegar ao objetivo proposto; ou cortar as cenas, o que torna o conteúdo um pouco mais dinâmico, além de facilitar sua edição em termos de tamanho de arquivos e quantidade de trabalho.
A fim de se organizar melhor, é bom usar marcadores e subclipes que praticamente todo sofware de edição de vídeo tem.
Se você for organizado no seu trabalho de edição, além de mais fácil, ele fica um pouco mais agradável. Principalmente se o seu vídeo teve mais de uma hora de gravação, por exemplo, e você precisa transformá-lo numa peça de cinco a sete minutos.
Dentro do projeto, é interessante usar os subclipes (Ctrl + U) para apontar para gravações que tem apenas alguns momentos que você quer aproveitar. É um jeito de saber com antecedência daquilo que você vai ou não usar dentro daquele arquivo em específico.
Já os marcadores são úteis dentro do projeto bem como durante o processo de edição dele. Dentro do próprio Premiere Pro você encontra dois tipos de marcadores que podem te ajudar muito.
Os marcadores de sequência, como o nome sugere, que oferecem detalhes sobre aquilo que está sendo desenvolvido na parte de sequência e os marcadores de clipes, que dão informações sobre aquele clipe em específico — ele gera metadados a respeito desse material se esse conteúdo aceitar esse tipo de informação.
Para adicionar um desses marcadores de clipe você deve selecionar clipe que quer marcar e apertar “M”. Se você apertar “M” duas vezes você pode determinar propriedades para esse marcador, além de poder adicionar uma descrição a ele.
Uma vantagem desse tipo de recurso é que caso você precise importar esse arquivo para outro projeto, todos os marcadores desse clipe serão importados juntos — o que pode auxiliar muito o seu workflow exatamente porque você já sabe onde está cada coisa e o que aquele arquivo pode te oferecer.
E para otimizar ainda mais o seu tempo de edição, com o auxílio dos marcadores, você pode selecionar as partes do seu clipe que você quer cortar indo de um marcador ao outro com as teclas “Q” e “W”. Isso dinamiza bastante o processo.
3. Edição básica de som
O som ainda é uma parte muito negligenciada dentro desse tipo de vídeo — e, de forma geral, dentro de muito do conteúdo online. O Airton Júnior, um dos professores e especialistas aqui do AvMakers, já vem trabalhando no assunto há algumas semanas, e se você não teve a oportunidade de ler algo sobre som, convido você a ler o conteúdo que ele tem publicado aqui no blog.
Quando se trata de som e da sua edição, é sempre muito útil distribuir cada tipo de áudio em uma faixa única para aquele fim. Então, tenha uma faixa para áudios que contenham fala, uma para som ambiente, outra para efeitos e assim por diante.
Além de organizar o seu projeto e permitir que você o trate de maneira individualizada, a distribuição de faixas permite que você tenha uma aplicação de efeitos e normalização mais conveniente: com ela você pode aproveitar o melhor que o Mixer da Faixa de Áudio pode oferecer para cada uma delas de uma só vez.
No painel do Mixer, você pode aplicar um efeito para toda a faixa fazendo assim de maneira rápida o tratamento de todos os áudios que estão agrupados naquela mesma faixa de áudio.
4. O gerenciamento do arquivo do Projeto
Muitas pessoas encontram alguma dificuldade quando se fala da quantidade de arquivos dentro do projeto e de como gerenciar o backup de toda essa quantidade de material num só lugar.
Por mais que se use, geralmente, uma parte somente do que é gravado, não é aconselhável que você apague arquivos, principalmente se for um trabalho patrocinado e que possa ser reutilizado no futuro.
Uma das formas de lidar com isso da melhor maneira é utilizar a ferramenta de Consolidar e Transcodificar. Esse recurso permite que você coloque as sequências que você trabalhou na edição juntas em um só codec para o arquivamento. Você pode fazer isso indo em Arquivo > Gerente de Projetos > Coletar Arquivos.
Com essas dicas, você pode aprimorar seus vídeos e fazer com que a sua missão de transmitir algum tipo de conhecimento fique ainda melhor. E há sempre como melhorar. Quer saber como? Assine agora o AvMakers e tenha acesso a um conteúdo exclusivo que pode te ajudar a implementar ainda mais o seu conteúdo.