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8 erros comuns em edição

há 5 anos 4 meses

Depois de uma série que deu uma pincelada sobre a história edição, que tal comentar sobre os erros que mais acontecem nela?

A gente já passou pela história da edição e descobriu a importância que o editor tem dentro do seu projeto, além de entender que a tarefa envolve criatividade e técnica. Agora vamos falar sobre algumas dicas que podem ser bem úteis na hora de sentar para amarrar bem seu conteúdo de maneira que o produto final seja de melhor qualidade para o cliente e que enriqueça seu portfólio.

E para quem ainda não leu sobre a história da edição, vale bastante a leitura.

Cortar antes

Infelizmente é um dos erros mais comuns que podem ocorrer dentro do processo de edição do seu conteúdo. A personagem está falando aquele diálogo fantástico que o roteirista preparou e aí, de repente, a cena muda e toda carga dramática da cena é perdida porque não houve tempo para uma “digestão” do conteúdo da cena.

Cortar a cena antes é como tirar um pouco o ar de quem assiste: a pessoa não respira no entrecenas.

Saber quando cortar é crucial para manter seu público preso e entretido junto à história, gerando imersão naquilo que é mostrado. Acredite: cada segundo da história é pensado — ou ao menos deveria ser — para um propósito bem específico, e ele é uma peça que compõe um quadro maior.

Preste atenção ao frame rate

A gente já comentou um pouquinho aqui sobre como o frame rate influencia na produção de efeitos do seu vídeo. A questão é que não é só o efeito que será determinado por essa proporção de quadros, mas a própria estética que se quer do vídeo.

Então, é interessante que, antes mesmo de começar a trabalhar no seu vídeo, você veja qual é a taxa de quadros do material que foi captado e em qual ele deve ser entregue. Esse tipo de cuidado economiza seu tempo, além de evitar problemas finais com seu cliente, já que aquilo que ele pediu é aquilo que ele vai receber.

Organização sempre é bom

A gente já deu algumas dicas de como melhorar o seu workflow dentro do Adobre Premiere, por exemplo, a fim de organizar seu tempo e aumentar sua produtividade.

Mas isso não se restringe somente ao software que você usa para fazer a edição, mas de como ele está disposto, por exemplo, no seu computador, se as pastas são separadas, se as trilhas são nomeadas e colocadas no devido lugar entre outras coisas.

Organização é sempre parte da própria edição.

Assim, antes de começar, organize seu material, dê os nomes e as tags das gravações feitas. Não jogue tudo no programa de edição e a partir daí comece a trabalhar.

Excesso de transição

Dentro de qualquer projeto, a transição é uma parte muito importante para que o seu vídeo ou peça tenha o storytelling adequado à mensagem que ele quer passar. É a transição que media a relação entre uma cena e outra e que cria o sentido a ser estabelecido entre uma cena e outra.

Mas, usar muitas transições, ou ainda usar a mesma várias vezes, ao contrário de contribuir para sua narrativa, acaba distraindo quem consome o material, ou simplesmente tira o foco daquilo que realmente importa no vídeo.

Todo mundo já viu aquele dissolve milhares de vezes, e se ele começa a aparecer muito é quando você perde a atenção de quem está te assistindo.

Pense sempre que

se essa interrupção ou distração não é um efeito que você queira causar com a transição, talvez ela esteja no lugar errado.

O Jump Cut

Ainda falando sobre transições, a jump cut é uma das transições mais simples e abruptas, porque é um corte sem tratamento da imagem ou do enquadramento para outro diferente — às vezes feito de maneira mais discreta, outras bem mais perceptíveis. São muito usados para transportar a personagem para ambientes ou situações diferentes de maneira mais dinâmica.

A questão é: se você está usando o jump cut só porque não há mais nada que usar como transição, isso talvez seja um mau sinal sobre a sua edição.

De maneira geral, tudo o que você coloca, ou mesmo tira, do seu vídeo influencia na mensagem final que será passada. Quando o jump cut aparece sem propósito ele dá a impressão de que tem algo faltando naquela cena — ou pior: que o editor não teve outra ideia que não apelar para esse tipo de corte seco, e essa é a última impressão que você deve querer passar.

Pensar no vídeo e no áudio juntos

Quando você está construindo seu vídeo, tenha cuidado para que você não capriche somente na parte visual dele, mas que o áudio também tenha o mesmo capricho da edição. É comum encontrar vídeos que tem um visual incrível, mas que áudio é ruim porque não recebeu a devida atenção e tratamento.

Mesmo que você esteja trabalhando numa primeira versão do vídeo, o som é muito importante para aquilo que será transmitido.

Mais do que nunca a palavra audiovisual mostra que som e vídeo devem sempre trabalhar juntos para chegar ao propósito final que foi estabelecido para o material que você está editando.

Tratar ambos de maneira separada, além do trabalho em dobro, pode causar algumas discrepâncias tanto no áudio, quanto no vídeo: às vezes a imagem perfeita não tem como ser salva em termos sonoros, e em outras, aquele diálogo fantástico se perde em uma edição que já tinha cortado aquela cena. Um trabalho que, com certeza, você não quer ter.

Uso da música

O uso de música normalmente ajuda a criar um clima para a cena, colocando uma informação muito útil ao quadro apresentado que entretém o público, ao mesmo tempo em que cria um mood para o que está sendo mostrado.

É impossível não lembrar de Os Embalos de Sábado à Noite (1977) sem a famosa trilha da banda britânica Bee Gees Stayin’ Alive, por exemplo.

Mas, o trabalho de edição também envolve o cuidado de não deixar que toda a produção seja transformada em um clipe de música — a não ser que seja esse o objetivo.

A música quando colocada fora de um tempo adequado também tira o foco da história que está sendo desenvolvida e põe o foco na canção ou trecho musical que está sendo executado. A ideia é que a música gere alguma forma de impacto suplementar à cena e não que seja um distrativo dela.

Conhecimento técnico muda tudo

Uma das coisas que faz muita diferença entre processos de edição é a capacitação de quem trabalha com o material que está sendo editado.

Dessa forma, conhecer ferramentas, entender processos, procurar quais são as novidades e suas possibilidades são práticas que devem ser colocadas na lista de “O que fazer” de todo editor.

Um trabalho feito com base em “gambiarras audiovisuais” sempre dá mais trabalho.

Se você vê a cor do projeto, por exemplo: se não se dá o devido cuidado e preparo para se realizar a edição considerando a cor que foi estabelecida em briefing, a exibição do material, quando levado em conta o monitor ou o projetor, faz com que o projeto se distancie daquilo que ele havia sido pensado para — o que pode trazer inúmeros prejuízos, sendo o financeiro apenas um deles.

Num ponto de partida, conhecer os cortes mais básicos, saber quais são as ferramentas que são mais utilizadas, bem como compreender como funciona a lógica do corte sem que a história perca conteúdo importante, é arroz-com-feijão do trabalho com edição. O desenrolar desse processo é um aprofundamento do conhecimento do editor em mais e mais prática. Atualize-se sempre.

Claro que você pode conhecer um pouco mais sobre a Gramatica da Edição Audiovisual acessando o curso que a gente preparou justamente para explicar certinho cada passo para que esses erros não aconteçam nas suas produções. É só clicar na parte em negrito aqui nesse parágrafo.

A edição é muito valorizada principalmente quando ela colabora na construção do ritmo da história, o que a torna, muitas vezes, “invisível”, já que o público assiste a uma peça que parece ser inteiriça, quando houve cortes e intervenções por parte da edição.

Todas essas coisas devem ser levadas em consideração quando você começar a editar: é um processo que se torna melhor com o tempo e que vai agregar muito valor ao trabalho que você vai desenvolver.

Autor(a) do artigo

João Leite
João Leite

Escritor e redator, formado em Rádio e Televisão pelo Complexo FIAM-FAAM, apaixonado por literatura e observador míope do espaço sideral.

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