Existe um momento, antes de qualquer cena, qualquer personagem, qualquer fala, no qual você pensa naquilo que a sua história vai retratar. Um apanhado geral que resume tudo aquilo que vai rechear o seu roteiro. Um “resuminho” daquilo que seu trabalho vai falar. Esse é seu Storyline. Normalmente se dá um destaque muito importante para o fato de um bom Storyline ser o responsável pela venda ou por colocar seu roteiro pra rodar de verdade. Não que isso não seja verdade. Mas eu queria te levar por uma perspectiva que está um pouco além da venda e para a qual o Storyline pode te ajudar demais.
A importância de contar histórias
Numa pergunta simples: quanto tempo tem a humanidade? Okay, okay: você não precisa ter ido a aulas de história ou biologia para saber que se trata de muito tempo, não é? De uma forma ou de outra, muitas histórias já foram vividas e vários formatos foram explorados pelos mais diferentes contadores de história.
O que eu quero dizer com isso? Praticamente todas as histórias já foram contadas de alguma forma. O livro de Joseph Campbell, O Herói de Mil Faces, por exemplo, mapeia a “Jornada do Heroi”, uma série de passos na construção de uma história. Veja bem: não quero que isso soe como um balde de água fria em suas ideias. Pelo contrário, espero que esse fato te leve a explorar o que ainda não foi explorado.
E como ele ajuda minha história?
É aqui que nosso amigo Storyline faz o seu melhor efeito do ponto de vista criativo: como ele é um “super resumo” do que será retratado, você pode ver o que sua história explora: a apresentação da personagem, o conflito, o movimento crescente em direção ao clímax e a resolução do conflito. É por meio dele que perguntas “Será que a história do mocinho que encontra mocinha já não está batida?” ou ainda “será que a história do ex-soldado desiludido que busca redenção já não rendeu franquias o suficiente?” podem ser respondidas.
O Storyline te permite, com pouquíssimas palavras, fazer essa seleção daquilo que é mais interessante contar. Vai ser ele quem vai permitir que você veja se não está produzindo mais do mesmo e se não está contando uma história que, de alguma forma, já foi contada até a exaustão.
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Além disso, tem a questão mercadológica da coisa: por melhor que seja seu argumento — tanto a lábia de vendedor, quanto o argumento “literário” escrito —, na hora de vendê-lo, você precisa ser “econômico em palavras”. Seu comprador talvez não tenha tempo de ler seu roteiro inteiro para saber se Romeu encontra Julieta no final da história. O Storyline é a vitrine do seu roteiro; é ele que deve fazer com que as pessoas tenham vontade de ler o seu texto.
Por fim, particularmente falando, não gosto muito de formatos como o
Quando [INCIDENTE INICIAL], uma [DESCRIÇÃO DA PROTAGONISTA] vai ter que [OBJETIVO DA PROTAGONISTA] .
Eu realmente acho que se pode ser criativo mesmo quando há uma necessidade de escrever pouco. Então, pense bem, escreva, e tenha sempre em mente que o Storyline é um guia daquilo que vai ser desenvolvido e é uma das primeiras coisas que nasce no seu roteiro.