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Direção da Luz

há 4 anos 5 meses

Quando iluminamos um personagem, além de aumentar ou diminuir a sensação de volume, também provocamos sombras que afetam diretamente o nível de dramaticidade de uma cena. Certamente, essa dramaticidade também vai depender de outras variáveis, como a intensidade e a qualidade das fontes de luz, ambientação e colorimetria, pra citar algumas.

Neste artigo vamos nos ater aos efeitos gerados pela direção da luz que banha um personagem e as sensações provocadas pela sombra.

Tão importante quanto posicionar uma fonte de luz é entender como ela irá se comportar ao modelar o rosto de um personagem, que formas ela cria, sua relação de volume no espaço.

Conforme movimentamos a luz em relação ao eixo da câmera, a sombra gerada carrega uma carga de dramaticidade na cena. Quanto mais perto do eixo da câmera estiver a fonte de luz, menos a sensação de volume será evidente. Porém ao diminuir a área de sombra, também perdemos em volume e dramaticidade.

Conforme ilustrado na imagem acima, a direção da luz normalmente é marcada em ângulos. Em relação ao eixo da câmera, uma fonte de luz a 0º está de frente para o personagem; se estiver a 90º significa que ela está posicionada totalmente lateral ao personagem; enquanto que se estiver a 180º em relação à camera, a fonte luminosa estará iluminando as costas do personagem, formando o que chamamos de contraluz.

LUZ A 0º

Também conhecida como iluminação butterfly, a luz no mesmo eixo da câmera e a 45º acima do personagem gera uma sombra em formato de borboleta abaixo do nariz. Mantém uma boa relação de contraste e volume no rosto, porém perde dramaticidade. É bastante utilizada em publicidade.

Luz a 15º

Ainda bem próxima do eixo da câmera, a luz a 15º começa a criar maior sensação de volume por estar mais lateral ao rosto do personagem. Quanto mais lateral ao rosto de um personagem, maior a sensação de volume, e consequentemente maior é a área de sombra.

Luz a 45º

Se o que você busca é uma iluminação tradicional, a luz posicionada a 45º do eixo da câmera e também a 45º acima do personagem não tem erro.

Conhecida como Luz Rembrandt em alusão ao famoso pintor holandês do século XVII por formar um triângulo na face exposta à sombra (uma das características que imortalizou o artista homenageado), tornou-se um clássico na representação de volume, forma e sombra.

Luz a 90º

Totalmente lateral, marca completamente o meio do rosto, mantendo volume, banhando um lado do rosto com luz e outro lado com sombra profunda.

Luz a 130º

Passado dos 90º, começa-se a iluminar na região de contraluz. A fonte luminosa posicionada a 130º em relação ao eixo da câmera ilumina quase que somente a silhueta.

Luz a 180º

O mais radical de todos os contraluz, também chamado de luz de cabelo, destaca a silhueta do personagem, mas também pode ser utilizado como luz principal em uma cena com ar de suspense, por exemplo.

Vejamos agora as características da luz com relação à sua altura perante o personagem, e que efeitos sua sombra é capaz de provocar na narrativa de uma cena.

Além da luz posicionada a um ângulo de 45º de altura em relação ao rosto do personagem, como visto anteriormente, também há outras formas de trabalhar verticalmente a fonte a luz.

Top Light Também conhecida como a luz do Dom Corleone.

Quando posicionada no topo, a 90º do personagem, esse tipo de iluminação radicaliza a dramaticidade da cena por não permitir que os olhos do ator sejam vistos.

Iluminação lateral

Aqui vemos a luz a 0º em relação ao rosto do personagem e a 45º em relação ao eixo da câmera. Mesmo com uma relação de volume bonita, por estarmos acostumados com a fonte de luz vindo do alto na natureza, a luz na altura do rosto é pouco natural, causando mistério e certa estranheza no espectador.

Desconforto

Posicionada a -45º em relação ao rosto do personagem, a luz vindo de baixo pra cima é antinatural.

Normalmente utilizada em situações noturnas, como a luz de um abajur por exemplo, esse tipo de iluminação é comumente associado a filmes de terror.

Autor(a) do artigo

Fernanda Simões
Fernanda Simões

Fotógrafa e Videomaker no AvMakers, Fernanda é graduada em Publicidade e Propaganda e pós-graduada em Comunicação Audiovisual pela PUC PR. Trabalha com produção audiovisual desde 2007, entre produções publicitárias, institucionais, EAD e Making Of para cinema, videoclipe e demais projetos audiovisuais. Isso tudo quando não está cuidando do Gael ou correndo atrás do Astolfo.

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