LUFS, abreviação para o termo Loudness Units Relatives to Full Scale, é uma unidade de medida de áudio, assim como o famoso RMS, porém a principal diferença é que o RMS é medido com base nos equipamentos de reprodução de áudio, ao passo que o LU leva em conta a nossa percepção auditiva, que por não ser linear, adota cálculos logarítmicos.
Essa escala vem sendo discutida internacionalmente em diversos fóruns para acabar com a “guerra de volume” e conseguir padronizá-los. Em resumo, essa disputa iniciou na indústria musical, pois para chamar atenção de clientes e consumidores as masterizações eram feitas cada vez mais altas, em uma espécie de competição para ver quem conseguia mais volume. Isso se estendeu para a televisão e inclusive para as plataformas digitais, como por exemplo, o youtube. Talvez você se lembre de ver algum programa de TV ou mesmo vídeo na internet e de repente a propaganda vir super alta ao ponto de te dar um susto. Hoje, graças ao protocolo EBU-R128, estabeleceu-se regras e procedimentos para medição da intensidade subjetiva de áudio (Loudness) no Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens (TV) com tecnologia digital. Para quem quiser saber mais, visite o site oficial da ANATEL.
É importante destacar que no desenvolvimento da história do som no cinema ocorreram também alguns problemas que exigiram padronizações no sistema de entrega e reprodução do áudio. Surgiram para as salas de exibições protocolos como o Dolby Digital, que utiliza o tão falado sistema 5.1 (5 canais de médio-agudo para 1 subwoofer, responsável pelo sub-grave).
Então podemos dizer que a indústria cinematográfica voltada exclusivamente para salas de projeção estavam um passo à frente? Sim, até certo ponto isso pode ser considerado verdade. E o que isso tudo significa na prática? Se você entregar a mixagem de um filme que será projetado em um sala “x”, você deve finalizar nas especificações que são exigidas e compatíveis com aquele sistema, lembrando que os protocolos não valem só pro áudio, mas também pro vídeo.
E quanto ao serviço de streaming de filmes e vídeos, como funciona?
O Netflix, por exemplo, fornece uma cartilha explicando os formatos de entrega de áudio e vídeo e entre as exigências, temos que o máximo da amplitude sonora deve bater em -23 LUFS. Já o youtube estabelece o padrão em -13 LUFS, sem muitas exigências envolvendo codec. Nesse caso, temos que o youtube permite áudios com maior intensidade do que o Netflix. “Ah certo, então o áudio do youtube é melhor?” Não. Os desenvolvedores sabem que o usuário possui um botão chamado “volume” em seus dispositivos e podem fazer os ajustes necessários.
Em resumo isso quer dizer que não adianta tentar fazer o som ser mais alto com a ilusão de que isso o fará ser melhor do que um som mais baixo. As plataformas têm seus próprios sistemas de medição e compressão, sendo assim, se enviarmos um arquivo de áudio com a dinâmica super comprimida para conseguir ter volume alto, esses arquivos, além da compressão que fizemos, vão sofrer a compressão ou limitação da própria plataforma. Então, no final das contas teremos 2 compressões, o que pode tornar o resultado sonoro bastante ruim, ao passo que, áudios com maior dinâmica e que respeitem esses padrões, terão um resultado sonoro infinitamente melhor. Existem diversos plugins para medição de LUFS, alguns são pagos, como por exemplo esse da fabricante Waves:
Outros gratuitos como da empresa HOFA:
E alguns nativos do software que você estiver usando, como por exemplo, esse da Adobe:
Esses plugins, em geral, fazem somente leitura dos LUFS, cabendo a você fazer os ajustes necessários com seus respectivos processadores de dinâmica, como por exemplo, compressor e limiter. Não se esqueça de sempre procurar por manuais informativos, pois os valores de LUFS podem mudar conforme o tempo, por isso, precisamos sempre estar atualizados!