A gente já falou aqui no blog sobre os modos de cor num post do Bruno Baltarejo e entendeu que os modos de cor diferentes definem os diferentes componentes da imagem digital. Mas as variações desses componentes é o que define a profundidade de bits dessa imagem.
Quando a gente volta lá atrás, na definição da imagem digital, conseguimos entender que ela é composta por vários zeros e uns, informação que pode ser lida pelo seu computador ou outro dispositivo digital.
A representação da cor em binário
Se fôssemos pegar o exemplo do modo RGB: o sensor da câmera capta a luz, separa os canais vermelho, verde e azul e traduz a luminância de cada um que chegou até ele para código binário (zeros e uns). É a quantidade de código binário gerado pelo sensor é a que vai determinar a variação de tonalidades que aquele arquivo tem.
Exemplo:
Se a cor vermelha pudesse ser representada com código binário único, ou zero (0) ou um (1), só há duas possibilidades de tons: 1 para presença de vermelho, 0 para ausência dele.
Agora, se a cor vermelha pudesse ser representada por um código binário de 2 bits, isto é, duas unidades (0-0, 0-1,1-0 ou 1-1), você teria quatro tonalidades de vermelho, sendo 0-0 a ausência dele e 1-1 a presença total, e os demais seriam outras variações da cor.
Essa escala se segue de maneira que a cada novo bit de informação que é inserido dentro daquele canal, mais tonalidades são possíveis.
Assim:
Se 3 bits representam cada canal de cor, são 8 tons de cor por canal. Se 4 bits representam cada canal de cor, são 16 tons de cor por canal. E assim por diante.
Mas como ainda estamos falando por canal de cor, isso significa que essa quantidade de bits que definem os tons, também serão multiplicadas, no caso do RGB que estamos usando como exemplo, por 3, já que são três cores que compõe esse modo de cor.
A quantidade de bits e as possibilidades de cores
A profundidade mais comum em redes sociais, por exemplo, é a de 8 bits, o que dá 256 tons para cada canal de cor. No caso RGB, isso significa: 256 tons para o vermelho, 256 tons para o verde e 256 tons para o azul, que combinados formam 16.777.216 possibilidades de cor.
Quando se fotografa em RAW, um formato de “negativo digital”, sem compressão, como acontece com o JPEG, é possível falar em uma profundidade de bits ainda maior: há câmeras que chegam a fotografar em 16 bits, o que dá 65.536 tons dentro de cada canal de cor, e mais de 280 trilhões de possibilidades de cores.
Por isso a indicação para quem vai trabalhar com fotografia, o ideal é trabalhar com RAW, já que nesse formato, você tem muito mais informação relacionada à cor que em outros formatos, como o próprio JPEG — cuja compressão gera perda de informações da imagem.
A relação profundidade de bits e o tamanho do arquivo.
Mas vale lembrar que: por ter mais informações e carregar mais dados em cada binário adicionado, o arquivo em RAW ocupa maior espaço da sua memória, gerando arquivos mais pesados.
Outra coisa interessante no aumento da profundidade de bits é que ela evita o banding, um efeito que acaba tornando nítidas as variações tonais de uma imagem, isto é, você consegue ver a transição de cores de maneira mais “grosseira” em profundidades menores do que em maiores.
Por fim, é importante que você saiba qual será a aplicação da imagem que você vai trabalhar, é ele quem determina a sua profundidade ideal, já que boa parte do conteúdo disponível na internet, por exemplo, é voltado para profundidade em 8 bits, cabendo a você saber quando é necessário ou não uma imagem com mais informação: isso porque alguns filtros e plug-ins dentro de softwares de edição são limitados à imagens de 8 bits.